Está finalmente acontecendo. A fundação na qual a internet está solidificada, serviços e conteúdo livre, está ameaçado. Ainda não aconteceu em larga escala, mas os sinais já estão aí na nossa cara. E pelo menos quatro deles são latentes:
- A fartura de conteúdo gratuito;
- Grandes provedores lutam para oferecer cada vez mais conteúdo sem ganhar a mais por isso;
- Crise econômica inibindo qualquer idéia ou iniciativa que priorize o conteúdo gratuito;
- Público pouco cooperativo que não quer pagar por virtualmente nada online.
O fluxo constante de conteúdo gratuito online e a decadência das mídias impressas parecem que nunca vão parar. Mas começo a achar que talvez não seja bem assim.
Há quatro anos, escrevi que esse modelo de negócios com tudo gratuito não era sustentável. Cheguei até a falar em se cobrar alguma taxa pelo uso da internet, que obviamente não é uma idéia popular. Mas ainda acho que se poderia estudar algo do tipo.
Se a economia não tivesse entrado em colapso em 2008, a internet gratuita teria continuado, mas não acho que iria durar indefinidamente. De qualquer modo, a dura realidade de 2009 é que o número de visitantes e page views que sempre sustentaram blogs e sites de notícias já não são mais tão importantes.
Não há dúvida que sites de notícias, vídeos e downloads geram grande tráfego de internautas e, por conta disso, eles são sustentados por anunciantes. Por anos, os anunciantes reclamam dos preços cobrados por cliques nos banners. Agora, porém, a indiferença dos consumidores em relação aos banners já começa a ter impacto real neses tipo de anúncio.
E a verdade é que nós é quem somos os culpados por essa confusão toda. A incrível facilidade trazida pela internet faz com que absolutamente qualquer pessoa com um computador possa lançar um site de conteúdo. Essas pessoas criaram histórias, imagens, vídeos e todo tipo de conteúdo para conquistar audiência. Em algum momento, especialmente se precisam pagar para hospedar seu site, eles tentaram transformar o site em um negócio. Mas aí já era tarde demais, pois já haviam criado uma base de leitores acostumados ao conteúdo gratuito.
Recentemente, quando Rupert Murdoch, fundador da rede de TV Fox News, falou que os sites de jornais deveriam cobrar pelo conteúdo, muita gente riu. Todos acreditam que no momento que se matar um conteúdo gratuito, um outro surgirá rapidamente para ocupar o lugar. Isso talvez seja verdade hoje, mas algo interessante e um pouco assustador está acontecendo e pode mudar esse quadro.
Vamos imaginar que Murdoch siga em frente com sua idéia de cobrar pelo conteúdo noticioso. Ao começar a cobrar por um conteúdo que antes era gratuito, muita gente imagina que imediatamente pequenos sites e blogs de jornalistas independentes e cidadãos comuns iria preencher a lacuna. Mas não é bem assim. O que acontece é que a partir desse momento não haveria mais empresas jornalísticas com redes de parceiros e sucursais. Em vez disso, sobrariam pequenos sites tentando correr atrás de conteúdo sem poder cobrar por ele. Que motivação teriam esses sites para criar conteúdo noticioso gratuito que antes era distribuído pela mídia tradicional?
Essa pode ser simplesmente a última chance real da mídia tradicional. Sites de serviços fotográficos, armazenamento e finanças que prosperaram com publicidade, terão que repensar seu modelo de negócios. Isso pode levar a uma volta do modelo de conteúdo pago que parecia haver desaparecido da web. Uma nova geração de consumidores hoje em dia já paga sem reclamar entre 1 e 10 dólares por mês para ter conteúdo exclusivo, músicas e aplicativos online. Será que esses consumidores não pagariam uma fração desse valor para ter conteúdo noticioso diário?
E quanto aos vídeos? O Google tem anúncios em todos os cantos do YouTube, mas isso nunca deu lucro para a empresa. Tanto é verdade que, recentemente, o YouTube foi redesenhado para valorizar mais os anúncios.
Sim, sempre vai haver sites de vídeos, blogs e notícias por aí que não cobram nada por isso. Mas eles podem rapidamente se tornar uma minoria. Nos próximos cinco anos, a internet vai ficar cada vez mais similar ao mercado "real" da nossa sociedade. Ela vai virar uma espécie de shopping imenso com milhões de pequenas lojinhas que dão apenas um gostinho de conteúdo para os visitantes. O conteúdo gráudo e profissional, será pago.
- A fartura de conteúdo gratuito;
- Grandes provedores lutam para oferecer cada vez mais conteúdo sem ganhar a mais por isso;
- Crise econômica inibindo qualquer idéia ou iniciativa que priorize o conteúdo gratuito;
- Público pouco cooperativo que não quer pagar por virtualmente nada online.
O fluxo constante de conteúdo gratuito online e a decadência das mídias impressas parecem que nunca vão parar. Mas começo a achar que talvez não seja bem assim.
Há quatro anos, escrevi que esse modelo de negócios com tudo gratuito não era sustentável. Cheguei até a falar em se cobrar alguma taxa pelo uso da internet, que obviamente não é uma idéia popular. Mas ainda acho que se poderia estudar algo do tipo.
Se a economia não tivesse entrado em colapso em 2008, a internet gratuita teria continuado, mas não acho que iria durar indefinidamente. De qualquer modo, a dura realidade de 2009 é que o número de visitantes e page views que sempre sustentaram blogs e sites de notícias já não são mais tão importantes.
Não há dúvida que sites de notícias, vídeos e downloads geram grande tráfego de internautas e, por conta disso, eles são sustentados por anunciantes. Por anos, os anunciantes reclamam dos preços cobrados por cliques nos banners. Agora, porém, a indiferença dos consumidores em relação aos banners já começa a ter impacto real neses tipo de anúncio.
E a verdade é que nós é quem somos os culpados por essa confusão toda. A incrível facilidade trazida pela internet faz com que absolutamente qualquer pessoa com um computador possa lançar um site de conteúdo. Essas pessoas criaram histórias, imagens, vídeos e todo tipo de conteúdo para conquistar audiência. Em algum momento, especialmente se precisam pagar para hospedar seu site, eles tentaram transformar o site em um negócio. Mas aí já era tarde demais, pois já haviam criado uma base de leitores acostumados ao conteúdo gratuito.
Recentemente, quando Rupert Murdoch, fundador da rede de TV Fox News, falou que os sites de jornais deveriam cobrar pelo conteúdo, muita gente riu. Todos acreditam que no momento que se matar um conteúdo gratuito, um outro surgirá rapidamente para ocupar o lugar. Isso talvez seja verdade hoje, mas algo interessante e um pouco assustador está acontecendo e pode mudar esse quadro.
Vamos imaginar que Murdoch siga em frente com sua idéia de cobrar pelo conteúdo noticioso. Ao começar a cobrar por um conteúdo que antes era gratuito, muita gente imagina que imediatamente pequenos sites e blogs de jornalistas independentes e cidadãos comuns iria preencher a lacuna. Mas não é bem assim. O que acontece é que a partir desse momento não haveria mais empresas jornalísticas com redes de parceiros e sucursais. Em vez disso, sobrariam pequenos sites tentando correr atrás de conteúdo sem poder cobrar por ele. Que motivação teriam esses sites para criar conteúdo noticioso gratuito que antes era distribuído pela mídia tradicional?
Essa pode ser simplesmente a última chance real da mídia tradicional. Sites de serviços fotográficos, armazenamento e finanças que prosperaram com publicidade, terão que repensar seu modelo de negócios. Isso pode levar a uma volta do modelo de conteúdo pago que parecia haver desaparecido da web. Uma nova geração de consumidores hoje em dia já paga sem reclamar entre 1 e 10 dólares por mês para ter conteúdo exclusivo, músicas e aplicativos online. Será que esses consumidores não pagariam uma fração desse valor para ter conteúdo noticioso diário?
E quanto aos vídeos? O Google tem anúncios em todos os cantos do YouTube, mas isso nunca deu lucro para a empresa. Tanto é verdade que, recentemente, o YouTube foi redesenhado para valorizar mais os anúncios.
Sim, sempre vai haver sites de vídeos, blogs e notícias por aí que não cobram nada por isso. Mas eles podem rapidamente se tornar uma minoria. Nos próximos cinco anos, a internet vai ficar cada vez mais similar ao mercado "real" da nossa sociedade. Ela vai virar uma espécie de shopping imenso com milhões de pequenas lojinhas que dão apenas um gostinho de conteúdo para os visitantes. O conteúdo gráudo e profissional, será pago.
Vamos sentir sua falta, internet gratuita.
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